quinta-feira, 25 de agosto de 2011

RESUMO DA ÓPERA - TEA PARTY

Nos últimos dias, muito tem se falado sobre o crescente movimento Tea Party nos Estados Unidos e de suas ideias para o país e o mundo, caso se fortaleçam nas próximas eleições. Resolvemos colocar aqui um pouco do que é o chamado Tea Party porque, provavelmente, cairá nas provas. Além disso, temos que ficar de olho por ser um movimento com ideias muito polêmicas, principalmente com relação às minorias. 

O movimento conhecido como Tea Party (festa do chá) é, com folga, o principal fato novo do período eleitoral dos Estados Unidos. Em 2 de novembro, os americanos renovarão parte do Senado, toda a Câmara de Representantes e escolherão alguns novos governadores influenciados pelo discurso ultraconservador do grupo, inspirado em um episódio ocorrido no século XVIII e que serviu para catalisar o movimento de independência americana. A força da Tea Party do século XXI tem origem na reação ao resgate financeiro, pela Casa Branca, de bancos e outras companhias afundados na crise econômica de 2008. Hoje, é um grupo heterogêneo de políticos e personalidades – majoritariamente ligados ao partido Republicano – que propagam uma série de ideias polêmicas sobre economia, mas também sobre política social, relações internacionais, direitos civis e religião. São ideias que, se forçam a agenda conservadora do partido Republicano, ameaçam a credibilidade da Tea Party.

No campo da economia, quem lidera as propostas radicais da Tea Party é Ron Paul, um representante (deputado) republicano do Texas. As primeiras festas do chá deste século foram organizadas por seus apoiadores, em dezembro de 2007, para arrecadar fundos para sua campanha. Ron Paul é autor de um livro chamado End the Fed, que no título - Acabe com o Banco Central, na tradução literal - resume sua proposta, muito popular entre os integrantes da Tea Party. Segundo ele, o Banco Central americano é corrupto e inconstitucional e ameaça colocar os Estados Unidos em uma depressão inflacionária como a da República de Weimar, o período conturbado da história alemã que antecedeu a ascensão de Adolf Hitler. 

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Sharron Angle, que disputa uma vaga no Senado por Nevada com Harry Reid, o líder do governo Obama, vai mais longe. Em junho, ela defendeu a saída dos Estados das Nações Unidas pois a entidade é um "bastião de ideologia liberal e o juiz da ciência fraudulenta como o aquecimento global".

Uma bandeira levantada por Angle e por quase todos os membros da Tea Party é a total privatização do sistema público de saúde. A reforma feita por Barack Obama para tentar promover saúde gratuita para toda a população é altamente impopular nos Estados Unidos e seu impacto nas finanças do país ainda é desconhecido. Angle, novamente, foi além e sugeriu que toda a previdência social americana fosse migrada aos poucos para a iniciativa privada. Outra ideia radical de Angle é abolir o Departamento (ministério) de Educação, pois em sua opinião "a melhor educação é a controlada no nível mais local possível".

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Como afirmou o próprio Barack Obama em uma recente entrevista à revista Rolling Stone, é difícil definir o que é a Tea Party, pois o grupo ainda "está se definindo". Não há uma hierarquia formada e nem líderes eleitos, mas sim um movimento que desfruta de financiadores muito ricos, políticos de destaque e, principalmente, apoio popular. A proliferação de ideias polêmicas serviu para tornar o grupo conhecido, mas muitos de seus adeptos foram ridicularizados pela imprensa, tradicionalmente dominada por democratas. O resultado foi o fechamento de alguns eventos políticos do Tea Party para jornalistas e o expurgo de quem ultrapassa os limites da lei. O caso mais famoso é o de Mark Williams, um apresentador de rádio que liderava o "Expresso Tea Party". Depois de chamar Alá (Deus muçulmano) de deus-macaco - e posteriormente pedir desculpas aos hindus que veneram Hanuman, um legítimo Deus-macaco - ele publicou um post com tom racista em seu blog, o que provocou sua expulsão do grupo. Assim, mesmo em meio a polêmicas, a Tea Party vai crescendo. Segundo levantamento do jornal The New York Times, os candidatos apoiados pelo grupo podem conseguir até 33 vagas na Câmara dos Representantes e oito no Senado, suficiente para fazer suas vozes serem ouvidas ainda mais.

Para ler na íntegra:

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