sexta-feira, 29 de abril de 2011

APOSTILA DE ESPANHOL PARA PRÉS-COMUNITÁRIOS - USO LIVRE!



Acima, a capa da apostila elaborada por vári@s companheir@s, professores (as) de vários Prés-Comunitários do Rio de Janeiro, com uma arte do excelente Carlos Latuff - http://latuff2.deviantart.com. Essa apostila é de USO LIVRE PARA PRÉS-COMUNITÁRIOS. Abaixo, uma das questões da página veinte - vinte -, que utiliza um texto de Pablo Neruda.

Cuestión 83: Acentúe según convenga.

Texto XX
   EMPLEADO

            Es claro, no lo sabes, pero conozco tu vida, entera. Asi, sin que se me oculten las alegrias raras o los disgustos de todos los dias. Se tu vida febril; de la cama a la calle, de ahi al trabajo. El trabajo es oscuro, torpe, matador. Despues el almuerzo, rapido. Y el trabajo otra vez. Despues la comida, el cuerpo extenuado y la noche que te hace dormir. Ayer, mañana, pasado, sucedio y sucedera lo mismo. La misma vida, es decir, lo que tu llamas de vida. Ahora alimentas a la madre, mañana sera a la mujer, a los hijos. Y pasaras por la tierra como un perro sin dueño; al perro lo matara un veneno; a ti tambien: el trabajo.
            Y es que no sabes que eres explotado. Que te han robado las alegrias, que por la plata sucia que te dan, tu diste la porcion de belleza que cayo sobre tu alma. El cajero que te paga el sueldo es un brazo del patron. El patron es tambien el brazo de un cuerpo brutal que va matando como a ti a muchos hombres. Y ahora, no le pegues al cajero, no. Es al otro, es al cuerpo, al asesino cuerpo.
            Nosotros lo llamamos explotacion, capital, abuso. Los diarios que tu lees, en el tranvia, apurado, lo llaman orden, derecho, patria, etc. Tal vez te halles debil. No. Aqui estamos nosotros, nosotros que ya no estamos solos, que somos iguales a ti; y como tu explotados y doloridos pero rebeldes.
            Y no creas que necesitas leer a Marx para esto. Te basta con que sepas que no eres libre, que quieres serlo, que romperas, por fuerza o amor, ¿ que importa ? los frenos que te sujetan y te envilecen. Y despues hay que decirlo, ¿ no ? Hay muchos, como tu, como todos. Hay que decirlo. Porque no solo el que no obra como piensa, piensa incompletamente. Tambien el que no dice ...
NERUDA, Pablo. In: URIZ, Francisco J.
Cosas que pasan. Madrid, Edelsa, 1990. p. 64-5.

"É A PARTE QUE TE CABE NESTE LATIFÚNDIO"

Lançada rede pela reforma agrária no Rio - 3 de julho de 2010

Por Sheila Jacob - do Fazendo Média

O auditório Barbosa Lima Sobrinho, da ABI, no Centro do Rio, ficou cheio para o lançamento, no Rio, da Rede de Comunicadores que apóiam a luta pela Reforma Agrária. Cerca de 150 pessoas assistiram ao debate do dia 30 de junho, que contou com a militante Marina dos Santos, da direção nacional do MST, e com o jornalista Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada. Álvaro Neiva, do coletivo Intervozes, mediou o debate, que também teve a participação de Igor Felippe dos Santos, da assessoria de comunicação do MST.
Marina dos Santos apresentou dados atuais do campo brasileiro, principalmente em relação à concentração de terras e ao agronegócio. Tal modelo é atualmente defendido pela mídia comercial, que vem atacando os movimentos sociais e entidades que lutam por um projeto, baseado na agricultura familiar camponesa.
Frente a esse quadro, o jornalista Paulo Henrique Amorim defendeu o uso potencial da internet para criação, organização e o fortalecimento de veículos de mídia alternativos, capazes de mostrar fatos silenciados pela mídia comercial e combater a criminalização das lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais em geral, especialmente o MST.
Igor Felippe dos Santos recuperou o histórico da Rede de Comunicadores, criada por iniciativa da sociedade para reagir aos ataques feitos pela mídia burguesa contra o Movimento. Segundo ele, com essa rede pretende-se monitorar a criminalização das lutas e agilizar a defesa frente aos ataques à Reforma Agrária; apresentar informações, elementos e dados concretos sobre o campo; mostrar os benefícios da Reforma Agrária e os prejuízos causados pelos latifúndios e pelo agronegócio; e aglutinar materiais produzidos por todos aqueles que são contra a concentração de terras.
O blog da Reforma Agrária é:

Nele pode ser conferido o manifesto da Rede.

Marina dos Santos mostra situação do meio rural brasileiro

A militante citou dados alarmantes referentes ao campo que não são divulgados pela mídia comercial. O primeiro deles é a concentração de terras no Brasil: segundo pesquisa divulgada pelo IBGE no ano passado, 1% dos proprietários de terra controlam 46% das terras produtivas no Brasil, perdendo apenas para o Paraguai. Outras agravantes são a apropriação, pelas transnacionais, de terras destinadas à produção agrícola; e o aumento das sementes transgênicas - além da soja, há pressão hoje, exercida principalmente pela Bayer, para que se libere o arroz transgênico.
O uso intensivo de agrotóxicos também preocupa: em 2008, o Brasil se transormou no maior consumidor de agrotóxicos do mundo, com um gasto anual de cerca de 7 bilhões de dólares em uma produção que gera congtaminação dos alimentos, dos solos e outros prejuízos.
Contra esse modelo, os movimentos sociais do campo, principalmente os renidos em torno da Via Campesina/Brasil, possuem algumas propostas políticas. Além da distribuição de terras, defendem a garantia de mecanismos para limitar o tamanho da propriedade privada no país; a regularização das terras quilombolas e indígenas; a mudança de matriz tecnológica para uma produção mais saudável, sem agrotóxicos; a garantia da soberania alimentar, trocando a monocultura de exportação por uma produção de qualidade e preço baixo, acessível a toda a população brasileira; e a erradicação do analfabetismo no campo.
Sobre a criminalização sistemática dos movimentos sociais por parte da chamada grande mídia, Marina dos Santos lembrou episódios recentes, como, por exemplo, a manifestação ocorrida na fazenda da Cutrale, em Iaras (SP).
Como ela observou, a imprensa não divulgou as reais causas da manifestação, não denunciou a grilagem dos cartéis da laranja pela empresa Cutrale e nem falou da exploração dos trabalhadores naquela região.
Outro exemplo, mais recente, é a instalação da CPI do MST: "É vergonhoso, mas as informações divulgadas pela chamada grande mídia foram os fatos que serviram de base para a instalação das CPI do MST, principalmente matérias da Veja, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. Ou seja: os ruralistas plantam matérias, dizem o que querem e depois querem usar aquilo a seu favor."


Para saber mais:



Da obra de João Cabral de Melo Neto, uma cena de MORTE E VIDA SEVERINA - "E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina."




Essa cova em que estás, 
com palmos medida, 
é a cota menor 
que tiraste em vida. 

É de bom tamanho, 
nem largo nem fundo, 
é a parte que te cabe 
neste latifúndio. 

Não é cova grande. 
é cova medida, 
é a terra que querias 
ver dividida. 

É uma cova grande 
para teu pouco defunto, 
mas estarás mais ancho 
que estavas no mundo. 

É uma cova grande 
para teu defunto parco, 
porém mais que no mundo 
te sentirás largo. 

É uma cova grande 
para tua carne pouca, 
mas a terra dada 
não se abre a boca.

DIA DO TRABALHADOR - TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

Trabalhador resgatado da escravidão em Eldorado dos Carajás, Pará.

Em comemoração ao Dia do Trabalho, decidimos reproduzir aqui, trechos de uma matéria da Revista Caros Amigos de julho de 2010 sobre o Trabalho Escravo no Brasil. Lamentavelmente, nosso país ainda está longe de respeitar o trabalhador como ele merece, aumentando assim, a desigualdade social já existente. Leiam, reflitam e, principalmente,

NÃO COMPREM PRODUTOS FEITOS POR TRABALHO ESCRAVO.

Eles podem ser o açúcar que você usa no seu café da manhã ou até a roupa comprada em uma das muitas lojas conhecidas do Brasil. Saiba quais são as empresas que se utilizam de trabalho escravo no Brasil, consultando e divulgando a LISTA SUJA do Ministério do Trabalho:


Eis a matéria da Caros Amigos, que pode ser lida na íntegra no sítio:


Para saber mais:

Organização Internacional do Trabalho


“AGRONEGÓCIO ESCRAVIZA MILHARES DE TRABALHADORES NO CAMPO

AS CULTURAS DE CANA, SOJA E ALGODÃO, A PECUÁRIA, AS CARVOARIAS E O DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA SÃO AS ATIVIDADES PREFERIDAS DOS EXPLORADORES DO TRABALHO ESCRAVO.

A impressão que se tem é a de que se está entrando no túnel do tempo e retornando alguns séculos no calendário gregroriano. Aos olhos dos mais desavisados, pode parecer estranho e até mesmo irreal que ainda hoje existam pessoas sendo submetidas à escravidão em nosso país. Mas infelizmente é uma dura realidade no Brasil do século 21.
Milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalho forçado e a condições degradantes no campo e na cidade. Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2005, estimava em 25 mil o número de trabalhadores mantidos em condições análogas a de escravos no país. Destes, 80% atuavam na agricultura e 17%, na pecuária.
Os números do organismo internacional, no entanto, parecem estar subdimensionados se levarmos em conta o total de trabalhadores libertados pelos agentes do governo federal na gestão do presidente Lula. De 2003 a maio de 2010, foram retirados da condição de escravos 31.297 pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
A prática criminosa não está restrita apenas ao Brasil e se espalha pelos continentes. A OIT detectou no mesmo ano, que mais de 12 milhões de trabalhadores eram vítimas da sanha de latifundiários e empresários inescrupulosos pelo mundo.
O fenômeno da globalização nos anos 90 foi decisivo para abrir as fronteiras dos países ao capitalismo em escala mundial. As transações comerciais e financeiras disseminaram ainda mais a busca pelo lucro rápido e exponencial. A maneira encontrada por esses patrões, para reduzir o preço final de seus produtos, se deu pela drástica redução do custo-trabalho.
Os escravagistas do século 21 não prendem mais seus trabalhadores ao tronco e nem infligem chibatadas. A escravidão contemporânea tem suas particularidades, mas nem por isso esses patrões deixam de ser considerados escravocratas. O artigo 149 do Código Penal brasileiro é absolutamente claro na definição do que seja praticar escravidão nos dias de hoje.
“Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”, afirma o texto penal.
Apesar de soar extemporânea, a prática escravista está arraigada no cotidiano brasileiro mais do que se pode imaginar.

A BANCADA RURALISTA NO CONGRESSO NACIONAL IMPEDE HÁ 15 ANOS A APROVAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO PARA COIBIR A PRÁTICA DA ESCRAVIDÃO.


(...)
Para o bispo emérito de Goiás e membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduino, o trabalho escravo ainda não foi erradicado no Brasil porque mexe com os interesses dos aliados políticos do governo Lula. O mesmo argumento é utilizado para explicar a não realização da reforma agrária no país.
“Por que não há reforma agrária? Porque mexe na terra dos aliados do governo. É uma lógica fácil de entender. O trabalho escravo cresce com o agronegócio, que é a menina dos olhos da política governamental. Apesar de ter apresentado um plano de erradicação para o trabalho escravo, o governo continua elogiando os usineiros, chamando-os de heróis. A concentração do capital em poucas mãos com o apoio governamental está criando uma desigualdade social brutal. O Brasil é o segundo país do mundo em concentração de terra, em latifúndio. Só perde para o Paraguai”, critica o religioso.
(...)
Os auditores fiscais do trabalho sentem na pele o peso da repressão dos latifundiários escravistas enfurecidos com aqueles que atravessam seus caminhos. A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosangela Silva Rassy, relembra da chacina de Unaí, município mineiro, onde quatro funcionários do Ministério do Trabalho foram assassinados, a mando do prefeito da cidade, Antério Mânica (PSDB), quando inspecionavam terras de sua propriedade, em 28 de janeiro de 2004.
Até o momento ninguém foi julgado. “É um negócio difícil de a gente entender. Ninguém foi punido. Foram nove indiciados, mas só dois estão presos (os acusados de serem os executores). Os mandantes foram os primeiros a serem soltos, dois empresários: o prefeito e seu irmão. Com certeza, se valeu do cargo. Inclusive o processo dele corre apartado dos demais, porque se beneficia da imunidade parlamentar”, revela Rosangela. (...)

“O COMBATE À ESCRAVIDÃO DEPENDE DE SE ACABAR COM A EXTREMA POBREZA, QUALIFICAR AS PESSOAS, DAR EDUCAÇÃO E REFORÇAR A PUNIÇÃO AOS EMPRESÁRIOS.”

CAPITAL PAULISTA ABRIGA ESCRAVIDÃO

PRÁTICA CRIMINOSA CRESCE NO CORAÇÃO DO CAPITALISMO COM UTILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA SULAMERICANA NA INDÚSTRIA DA CONFECÇÃO.

Se engana quem pensa que o trabalho escravo é uma característica apenas dos rincões mais afastados das áreas urbanas. Apesar de um maior número de trabalhadores escravizados se encontrarem na zona rural, a prática criminosa se propaga também na principal cidade do país.
A indústria da confecção desponta como a principal área de absorção da mão de obra escrava na cidade. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil calcula que a demanda por roupa cresce 3% ao ano. Mas assim como no campo, não há estatísticas oficiais que projetem com segurança o número de pessoas nessas condições, embora se saiba que não são poucas.
A quase totalidade desses trabalhadores vem de regiões empobrecidas da Bolívia e do Paraguai, castigadas no passado recente por décadas de ditadura feroz. “Todos os dias chegam ao Brasil de três a cinco ônibus lotados de pessoas para trabalharem nessas oficinas”, afirma a Defensora Pública Federal, Daniela Muscari Scacchetti.
A precariedade das condições de vida em seus países de origem e a falta de instrução escolar as torna presas fáceis nas mãos de capitalistas escravagistas. Apesar de os atravessadores serem as figuras mais visíveis aos olhos do trabalhador são os grandes magazines os responsáveis pela prática criminosa.
A rede de lojas Marisa, por exemplo, já levou 49 autos de infração dos auditores fiscais do trabalho e foi autuada em R$ 600 mil.
(...)
A precariedade das instalações de trabalho dessas oficinas remonta ao início do século passado. Há ambientes improvisados onde funciona a oficina e existe o espaço da cama. O risco de acidentes é iminente. As condições de segurança e saúde são péssimas.
(...)
“No caso das lojas Marisa tinha uma mãe com um bebê no colo costurando e dando de mamar ao mesmo tempo. Outro caso envolvendo o magazine era o de uma menininha com cabelo comprido perto da polia (da máquina) que poderia puxá-lo (causando um grave acidente)”, relata o chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo.
A denúncia que resultou na autuação da Marisa partiu do Sindicato das Costureiras. A fiscalização foi até o local e encontrou a produção destinada para a loja de departamentos com as etiquetas. “A sociedade precisa saber disso”, destaca a defensora Daniela ao se referir a publicização dos nomes das empresas que se valem do trabalho escravo.
(...)
“Sai na novela uma roupa indiana, no dia seguinte a consumidora ou o consumidor quer uma, igual. A demanda por esse tipo de roupa faz com que o empresário corra para produzir o mais rápido possível. E produção rápida só é conseguida com precarização da mão de obra. Não tem outro modelo por enquanto”, conclui.
O problema é a falta de uma ação coordenada das autoridades, serviços públicos e sociedade civil para erradicar essa brutal violação dos direitos humanos.

Lúcia Rodrigues é jornalista

Fotos de Leonardo Sakamoto
Blog do Sakamoto

Repórter Brasil


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Na casamata da tua mansão



Teu carro é possante,
Sua casa é bem legal.
Você finge que ignora
Que existe um mundo marginal.

Que você, cidadão ilustre
Dessa sociedade desigual,
Fez questão de colocar à margem
Mas ele tá invadindo o teu quintal.

A sua ilha tá afundando.
O mar de miséria crescendo.
No meio do fogo cruzado
É você quem tá morrendo.

Na casamata da sua mansão,
Nas barricadas do condomínio,
Até quando vai impedir a queda
Do seu poder em declínio?


Invista num belo cenário
Cheio de luxo e riqueza.
Construa seu império
Sobre o aterro da pobreza.

Não finja que o problema não é seu
A bomba está prestes a explodir.
A guerra já começou
O que vai fazer pra impedir?

Acorde do seu sonho alienado.
O inimigo está na rua.
E o alvo é quem o criou
Assuma a culpa que é sua.

por Lucia Andrade - aluna AMV

Imagens  extraídas do Google

I SEMANA PAULO FREIRE NA UERJ

Para quem puder ir, vale muito a pena.
De 02 a 06 de Maio/2011
O Tema: "Educação em Perspectiva"
Inscrições gratuitas pelo e-mail:
capfsemanapaulofreire@yahoo.com.br

UM NOVO OLHAR SOBRE A MATEMÁTICA

Historicamente, a Matemática foi concebida como uma ciência hermética e desinteressante. É comum escutarmos relatos de experiências traumáticas quando o assunto em questão é o aprendizado da disciplina. Seria possível, então, estudar os conteúdos matemáticos de uma forma alternativa e atraente, tornando-os inteligíveis para os alunos e eficiente para o professor?
Para essa indagação, o professor João Batista do Nascimento, da Faculdade de Matemática do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) da Universidade Federal do Pará (UFPA), não titubeia em afirmar que sim. A resposta tem respaldo na metodologia criada pelo próprio docente: o uso do teatro na aula de Matemática.
De acordo com o professor, a didática consiste em trabalhar os conceitos dessa área de conhecimento de uma maneira em que os alunos possam assimilar os conteúdos de forma lúdica e prazerosa. “Com o auxílio do teatro, a criança vai perder o medo da Matemática e passar a ter uma nova visão sobre a disciplina, pois a linguagem teatral tem o poder de despertar os nossos sentimentos e emoções. Dessa forma, após vivenciar no palco o que sempre foi considerado enfadonho, o aluno vai ter mais sensibilidade para aplicar a Matemática no seu cotidiano”, afirma o professor João Nascimento.
Com o primeiro resultado prático de sua metodologia, o professor criou, em 2003, o Projeto de Extensão “Atividades de Matemática para 3ª e 4ª séries”, o qual vigorou durante aquele ano na UFPA e contou com a ajuda de quatro alunos que cursavam Licenciatura em Matemática na Universidade, na época. A iniciativa recebeu, ainda, apoio do Clube de Ciências do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e  Científica (NPADC), atualmente Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), e da Faculdade de Matemática.
As atividades da iniciativa aconteciam aos sábados no Clube de Ciências. Nesses encontros, crianças do bairro Guamá entravam em contato com a Matemática não só por meio de peças de teatro, mas também por utilização de jogos e outras brincadeiras. Essas dinâmicas, segundo João Nascimento, são eficientes, pois contribuíam para uma melhor fixação dos conteúdos.

Espetáculo conta origem das figuras geométricas

Após essa experiência, o professor pensou em criar um espetáculo teatral que pudesse consolidar o seu trabalho. Então, João Nascimento elaborou a proposta da peça chamada “De ponto em ponto formamos...”, na qual os personagens representam elementos da Geometria Plana. O objetivo era discorrer a respeito dos conceitos básicos desse tópico da Matemática, tudo de forma informal e bem humorada.
A peça era dividida em cinco atos: OH! Sujeito quadrado! (ato 1); Triângulo Amoroso (ato 2); Círculo Vicioso (ato 3); Tem que andar na linha (ato 4); Ponto Finalmente (ato 5). No momento das encenações, os personagens (elementos matemáticos) se apresentavam, explicavam suas funções e  peculiaridades contracenando uns com os outros. A proposta foi apresentada em instituições de ensino superior no Pará, adequando o conteúdo à realidade local. No Campus Universitário do Baixo Tocantins (CUBT) da UFPA, em Abaetetuba, isso aconteceu durante a realização da disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos para o Ensino de Matemática, ministrada pelo professor Aubedir Seixas Costa, que também desenvolveu o trabalho nos municípios de Breves, Tailândia e Concórdia do Pará.
A metodologia foi batizada de “Matemática e Teatro – da construção lúdica à formalização”. A forma alternativa de ensinar Matemática ganhou notoriedade na mídia local, nacional e até internacional, sendo divulgada em Portugal.

Modelo tradicional é deficiente e ultrapassado

Apesar de defender com afinco o seu método, o professor mostra-se cético quanto a possíveis mudanças no modelo tradicional de se ensinar a ciência na rede básica, o qual ele considera extremamente deficiente e ultrapassado. Um problema que não se restringe ao Brasil, “o ensino de Matemática praticado aqui é de péssima qualidade. Essa realidade ultrapassa as fronteiras do País e se estende por toda a América Latina. É premente a necessidade de melhorar o ensino. Não adianta mais o professor apenas se limitar a escrever uma definição no quadro e o aluno copiar. E para atingir a qualificação esperada, o docente precisa buscar novos métodos. Porém não vejo uma movimentação intensa nesse sentido”, declara João Nascimento.
Para o professor, um dos fatores que contribuem para essa realidade é a concepção de que o aluno da rede básica não faz ciência. “Isso é falso. Eles produzem ciência tanto quanto quem está na universidade. Agora, é claro que existe uma diferença na densidade da produção. Isso é natural. Mas a produção do ensino básico não deixa de ser científica por ser menos complexa”, considera.
O próximo desafio de João Nascimento é produzir um livro que contemple todo o histórico da sua metodologia, para auxiliar estudantes e professores. A obra deve conter as dinâmicas envolvendo  teatro e também poesia, música e outras vivências. O projeto já tem título “Matemática para Aprender e Ensinar”. Faltam alguns detalhes para a publicação, no entanto o professor já usa o esboço do material para auxiliar alguns colegas que têm interesse no trabalho.
“Não consigo visualizar grandes mudanças. Porém continuo insistindo em relacionar o teatro com a Matemática. Quero que as crianças não se limitem a aplicar o conhecimento em um papel frio de prova, mas possam defender o seu saber com todos os recursos e emoções disponíveis”, finaliza João Nascimento.

Esta matéria foi publicada em Abril/2011 no Jornal Beira do Rio, informativo da Universidade Federal do Pará e um anônimo postou o link em um comentário do blog e nós resolvemos divulgar também.


O e-mail do Professor João Batista Nascimento, para quem quiser saber mais é: jbn@ufpa.br

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Violência Urbana Parte II


Violência Urbana parte II – Por Negra Ro

Bom, quem leu a parte I, viu que, falava diretamente do transporte público e da uma forma de violência que sofremos todos os dias para chegar aos nossos compromissos, mas, agora venho falando de uma outra forma de violência que, também, tem a ver com o transporte público sendo que, já entra numa parte delicada que é o impedimento de ir e vir do cidadão por, não ter o dinheiro de passagem para ir aos seus compromissos, lazer, necessidades, etc.
Nós pagamos impostos e, muito caros e, na hora que queremos simplesmente ir ao pré-vestibular, não temos dinheiro para pagar a passagem. Se tiver beleza, vai e volta de boa, mas, se não tiver, para não deixar de ir, é necessário deixar o orgulho ou a vergonha de lado e, ver formas de chegar lá e, uma das formas é pedindo carona ao motorista. Tem uns que dão, outros que não e, dessa forma, vamos levando em frente até que, chegue um dia que o motorista fale que não dá mais aí, tem-se que dar outro jeito. Existem outras formas também como: skate, bicicleta, a pé, de monociclo, enfim sempre estamos arrumando formas de, não se entregar e, sempre um levantando a moral do outro, pois, tem horas que, realmente desanima, mas, é só parar pra pensar: pô, to pagando para o filho do burguês estudar na universidade que é publica. Publica? Como assim se, preciso fazer pré-vestibular pra entrar? Se for pública, posso entrar de boa sem vestibular, mas, as coisas não são bem assim. Só sei que os brancos estão lá porque, fizeram os melhores vestibulares que, tem mais estrutura, estudam o dia todo e, à noite, saem pra dar um role para “esfriar a cabeça” enquanto nós, negros e negras, acordamos as 3, 4, 5 da manha, saímos de casa às vezes, sem tomar café, pois, se o fizer, perde o ônibus lotado para o seu destino, trabalha o dia todo ou parte dele pra depois, ir para o pré-vestibular que, também é muito bom sendo que, o cansaço é tanto que, tem vezes que, não se consegue assimilar a matéria e, só cair a ficha quando, no outro dia, pega a matéria para estudar e, aí sim, consegue entender. Aí eu falo: vu deixar molhe pra eles?????? Nunca!!!!!! Jamais. Quero o meu pedaço do bolo!!!! Como diz o Emicida: “Meu avô fez o bolo e, nem comi um pedaço” é isso!!!!! Meus ancestrais vieram forçados pra cá, escravizados construíram esse país onde, moro e, eu não tenho direito a nada? E, ficarei de braços cruzados a isso????? Jamais.
Além dos negros, tem outros cidadãos de bem que, moram na favela/morro ou, até no asfalto mesmo que, também não tem condições e, passa pelo mesmo problema, mas, olhando a pirâmide social, em se falando de poder econômico, vem primeiro o homem branco/mulher branca/homem negro e por último e, não menos importante nós, mulheres negras. Acho que não preciso falar mais nada em relação a isso.
Por isso que digo: não vamos desistir, não podemos! Temos o direito de estarmos dentro da universidade, seja ela qual for, pois, fazemos parte de um país que se diz democrático, onde está essa democracia que não vejo? O lance é parar de querer achar respostas e, ir para a prática, pois, só assim, poderemos de uma forma geral, mudar a nossa situação.
Acredito na força das nossas ancestrais Luiza Mahin, Rainha Nzinga, Aqualtune, Lelia Gonzáles, Clementina de Jesus, Maria Carolina de Jesus. E, das que estão entre nós que, estão firmes na luta, mais precisamente, nossas mães que, quando não pode dar apoio financeiro, em sua maioria, dão apoio moral para continuar a batalha.
Tem os nossos ancestrais que, também nos passam essa energia positiva: João cândido, zumbi dos palmares, Luiz gama, Manuel congo.
Esses (as) ancestrais são exemplos a serem seguidos. E, com certeza, a trilha é essa, cheia de obstáculos, mas, não final, tudo vai dar certo, terá um pote de mel bem no final e, não de fel.
Só para relembrar, mais uma foto de um meio de transporte lotado que é o que pegamos para ir ao trabalho, quando estamos empregados.
Lembrando que, muitos de nossos irmãos e irmãs passaram para a universidade e, em sua maioria, se esforçaram o máximo para conseguir chegar lá e eu os(as) parabenizo porque, para nós, as coisas são mais difíeis mas, não impossíveis.



“Somos um Coletivo: não aceitamos que a arbitrariedade de uma hierarquia autoritária determine nossas decisões, mas que elas sejam o resultado de discussões democráticas.” Lelia Gonzáles.
Negra Rô - Aluna da AMV

ATIVIDADE EXTRA NA FLORESTA DA TIJUCA - 10/04/2011






Domingo. Povo reunido para um aulão na Floresta da Tijuca. Professor Leon, de Geografia, e Professor Marcos Faxina, de Biologia. Juntos, alunos AMV e VIVE - Vila Isabel Vestibulares. Aula ao ar livre e in loco.
















Os irmãos Vítor, Negra Ro - responsável pelas fotos -, Leppe e Tiago. Pausa para refletir sobre a vista maravilhosa.





























 


Pausa para recuperar o fôlego.

















Outra pausa para aprender mais.


















 

E quem foi viu, aprendeu e gostou. Ano que vem, tem mais.

VIOLÊNCIA URBANA - PARTE 1



Todos os dias sofremos violência dentro dos meios de transporte. Como é isso? Acordamos 2, 3, 4 horas da manhã para tentarmos pegar a condução para ir ao trabalho. Os irmãos e irmãs que moram distante passam por isso todo santo dia e, quando conseguem pegar o ônibus, é um tormento. Um quase entrando por dentro do outro, tendo que fazer malabarismos para, conseguir uma posição melhor dentro do meio de transporte que @ levará até o trabalho. Parece até um show pirotécnico tendo que se contorcer para não ser "sarrada" ou para conseguir uma melhor posição até, chegar ao seu destino. No caso das mulheres, há um constrangimento em relação a ficar espremida dentro do ônibus por conta da “sarrada” que, às vezes é proposital e, no caso do transporte cheio, tem vezes que, realmente não tem jeito, pois, não são todos os homens que se aproveitam disso e, acaba que tanto o homem como a mulher, passam por um momento de constrangimento. E, sobre os meios de transporte que, isso acontece sempre, são: ônibus, metrô, trem e até, o transporte alternativo que, mesmo indo sentado, é um espremido com o outro, não há um conforto e agora, as vans põem pessoas em pé e, aí que, de vez acabou o conforto até nesses transportes. Enfim, sofremos violência todos os dias que saímos para pegar o transporte coletivo, seja ele qual for.
Fora quando o motorista não para no ponto ou, quando damos sinal pra descer, ele para quase dois pontos depois do esperado. E, ainda diz que não demos sinal. É, realmente isso é uma violência.
Mas tem outro porém. Não é só quem mora longe do trabalho que tem que acordar cedo. Tem pessoas que moram perto e que é necessário sair uma hora e meia antes para chegar ao trabalho e ainda necessita pegar o ônibus em outro ponto porque, no ponto que, já está acostumad@ a pegar, se o fiscal não estiver lá, não para. E o pior de tudo, quando se desce do ônibus, a sensação que se tem é de estar com o corpo sujo porque, ficamos espremid@s dentro do ônibus, num calor infernal que, quando descemos, olhamos para a nossa roupa e, em sua maioria, percebemos que, a mesma está amassada e, até um pouco suja por conta do vai e vem do nosso meio de transporte que, infelizmente é necessário.
É isso.

“Apesar das dificuldades e dos sofrimentos que passamos todos os dias, não devemos desistir dos nossos ideais, nunca, pois o opressor está bem ali, na frente, esperando para dar o bote certeiro e nos desviar dos nossos objetivos, caso não tenhamos convicção do que queremos de melhor para nós mesmos.”

Texto de Negra Ro – aluna AMV




KITABU LIVRARIA VOLTADA PARA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA



Pedimos ao Professor Jorge Márcio, de História Geral e História da África, algumas referências bibliográficas   e ele prontamente nos atendeu. Aí está:

KITABU LIVRARIA - "UM LUGAR DE ENCONTRO DA EXPRESSIVIDADE LITERÁRIA AFRO-BRASILEIRA", como o próprio sítio se define.

http://kitabulivraria.wordpress.com/

Tem muita matéria para pesquisa, principalmente para o vestibular, de acordo com o que foi falado em sala de aula. MUUUUUUUUUUUUUITO BOM!

EXPOSIÇÃO ENSAIO ABERTO - 18 ANOS




A exposição Ensaio Aberto 18 anos apresentará, por meio de recursos multimídia, a trajetória da Ensaio Aberto desde a estréia de Cemitério dos Vivos, no Palácio da Praia Vermelha, em janeiro de 1993, até a conquista do Armazém da Utopia, reunindo fragmentos de cenários, objetos de cena, fotografias e as imagens históricas dos 19 espetáculos criados pela companhia, entre eles Companheiros, Bósnia, Bósnia, Missa dos Quilombos e Olga Benario: um breve futuro. A mostra contará ainda com performances dos atores do núcleo artístico da companhia interagindo com o público e com o projeto cenográfico criado por Rosa Magalhães. A curadoria do conteúdo é do diretor e fundador da companhia Luiz Fernando Lobo. Durante a exposição, o público poderá confraternizar com a Companhia Ensaio Aberto no bar do Havana Café.


Temporada da Exposição: Até 3 de julho (sextas,sábados e domingos, das 17 às 20h)

Endereço:  Av. Rodrigues Alves, s/n - Centro - Armazém 6 - Cais do Porto

Agendamento grupos: ensaioaberto.publico@gmail.com

Informações: 2516-4893/2516-4857

Capacidade: 200 pessoas

Classificação indicativa: livre
Entrada Gratuita

terça-feira, 26 de abril de 2011

ASSEMBLÉIA DE MAIO

A PRÓXIMA ASSEMBLÉIA DA AMV
SERÁ NO DIA 02 DE MAIO, SEGUNDA-FEIRA,
ÀS 19 HORAS.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PUBLICIDADE CONSCIENTE - FOME E POBREZA



Até agora foram gastos US$ 3 trilhões em pacotes de estímulos econômicos para recuperar bancos.
1% disto poderia alimentar 59 milhões de crianças com fome durante um ano.
Algo precisa ser mudado.


A pobreza não deveria ser uma sentença de vida.

ANTROPOBLOGANDO

Recomendação do Professor Marcos Faxina:

http://antropoblogando.blogspot.com/p/textos-de-antropologia.html?spref=fb


Um blog para discussão de temas como sexualidades e gênero pela perspectiva da antropologia e da sociologia.

Taí. Tem um tema muito legal rolando por lá agora. Visitem.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

VENAS ABIERTAS - MERCEDES SOSA

Venas Abiertas

Mercedes Sosa

America latina
Tiene que ir de la mano
Por un sendero distinto
Por un camino mas claro
Sus hijos ya no podremos
Olvidar nuestro pasado
Tenemos muchas heridas
Los latinoamericanos.


Vivimos tantas pasiones
Con el correr de los años
Somos de sangre caliente
Y de sueños postergados
Yo quiero que estemos juntos
Porque debemos cuidarnos
Quien nos lastima no sabe
Que somos todos hermanos.


Y nadie va a quedarse a un lado
Nadie mirara al costado
Tiempo de vivir
Tiempo de vivir
Nada de morir
Vamos a buscar lo que deseamos
Nadie va a quedarse a un lado
Pronto ha de llegar
Tiempo de vivir.


Nada nos regalaron
Hemos pagado muy caro
Quien se equivoca y no aprende
Vuelve a estar equivocado.
Tenemos venas abiertas
Corazones castigados
Somos fervientemente
Latinoamericanos.


Y cuando vengan los dias
Que nosotros esperamos
Con todas las melodias
Haremos un solo canto.
El cielo sera celeste
Los vientos habran cambiado
Y nacera un nuevo tiempo
Latinoamericano.


Y nadie va a quedarse a un lado
Nadie mirara al costado
Nada de morir
Vamos a buscar lo que deseamos
Pronto ha de llegar
Tiempo de vivir
Tiempo de vivir.


"UMA JÓIA IMPERIAL ABANDONADA" - REPORTAGEM DO JORNAL O GLOBO



Mais uma vez, a cultura negra está sendo massacrada, abandonada, aniquilada de forma vergonhosamente silenciosa. E mais um patrimônio histórico e cultural se perderá. Precisamos nos mobilizar para que a recuperação do Centro Cultural José Bonifácio realmente tenha início. O CCJB fica na Gamboa, Rio. Repassem esta postagem para o máximo de pessoas que puderem. Defendemos a recuperação do CCJB, porém, transcrevemos abaixo um trecho que revela um pouco da pessoa de José Bonifácio. 

"Seu liberalismo porém, limitava-se ao discurso ou a alguma literatura que produziu sobre a necessidade de abolição gradual da escravidão. Na prática foi um assumido defensor dos escravocratas."

Para ler o texto na íntegra: